Pesquisa do Palavrório

10.12.04

Mundo corporativo

O mundo corporativo tenta encontrar “n” maneiras de tornar os treinamentos mais agradáveis para seus “colaboradores” (que mal há em dizer funcionários?). Atualmente, os modelos mais em voga utilizam a vida ao ar livre – arvorismo, corrida de orientação, escalada etc – para dar lições organizacionais.

Mas não sei se isso dá tão certo. Ao final de cada atividade dessas, na reunião de avaliação, as pessoas que dão o curso esperam as mesmas palavras de sempre de quem participou da atividade, de acordo com a atividade que foi feita. É só esperar a primeira pessoa que começa a falar para brotarem os chavões: segurança, liderança, espírito de equipe, confiança, superação, planejamento, blá-blá-blá. Não muda nada. E dá-lhe comparações entre o que foi feito e a vida empresarial.

A grande descoberta é que esse tipo de comparação pode ser feita em qualquer lugar. Que tal um novo treinamento gerencial em uma confeitaria, daquelas boas que tem de tudo e mais um pouco? Funciona assim: a equipe recebe uma grana e vai a uma confeitaria. Ali o grupo tem que decidir o que comprar, em um determinado espaço de tempo. Feita a compra, vem a análise. “Se você estivesse sozinho, como agiria? Em grupo, qual foi o seu comportamento? Na hora de abrir mão do sonho porque a maioria quis quindim, como você se sentiu? As decisões do recheio da empadinha foram consensuais ou conflitivas? E pimenta, alguém quis colocar pimenta na coxinha?”

Enfim, qualquer coisa serve para fazer treinamento empresarial. Basta meter o povo em equipe e fazer eles decidirem algo em conjunto. Daí é só viajar na análise, e colocar os chavões que completam a massaroca: “capacidade de ouvir, tomada rápida de decisões, empreendedorismo”, blá-blá-blá. Pelo menos na confeitaria sairia mais barato...

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