Pesquisa do Palavrório

14.12.09

Flores de ódio

Esse fim de semana um maluco (literalmente) acertou a cara do Silvio Berlusconi, o presidente do Conselho de Ministros (é o primeiro-ministro, na prática), com uma cópia da Catedral de Milão. Ainda que o Berlusconi pudesse até merecer umas palmadas, não é assim que se deve agir. Aqui no Brasil, o Lula falou merda, literalmente, e ninguém pensou em pular pra cima do palanque e dar umas porradas nele.
Em alguns lugares do mundo, parece que estão cultivando ódio. Na Suíça, proíbem minaretes. Na França, pensa-se em fazer o mesmo, já proibíram os chadores para as mulheres muçulmanas. Nos Estados Unidos, sempre houve um bando de gente (e é em grande número) que não aceitaram a igualdade com os negros e agora enviam diariamente mensagens dizendo que vão matar o Obama. Nem vamos falar de Israel, há muito um poço sem fim de ódio.
Tem algo errado. Até um certo ponto, é necessário torcer para que em 2012 haja mesmo uma hecatombe para acabar com a maior parte da humanidade. Talvez os que sobrarem serão um pouco melhores e conseguirão dialogar. Se não conseguirem, talvez seja melhor acabar tudo e recomeçar de outra forma, pois do jeito que é dá medo deixar um mundo desses para nossos filhos.

11.12.09

Fora de si

Ontem tive uma experiência daquelas que parece que você sai do corpo. Era pouco depois das 8h30, o sol tinha acabado de se por por conta do horário de verão, e as ruas estavam meio que tranquilas. Eu apontei o nariz do carro na direção que precisava tomar, e fui nessa.
Quando entrei na avenida principal que ligaria o bairro onde eu estava àquele que era meu destino, pareceu que o mundo se liquefez. Via os prédios ao longo da avenida, mas como ela era bem larga, parecia que eles estavam a um universo de distância. O céu ainda tinha algumas cores, apesar do horário, e parecia destacado de tudo. A rua e os carros também pareciam colados no cenário, um efeito de Photoshop mal feito por alguém que não sabe usar o programa. E eu ali, no meio de vários pontos que não se conectavam, e com os quais eu não conseguia me conectar.
A sensação de desligamento foi breve, mas o suficiente para ficar pensando se eu realmente estava ali, aqui, agora, ou se tudo é fruto de minha imaginação. Estou aqui realmente ou sou uma sombra de meu verdadeiro eu?

10.12.09

Não quero balanço de fim de ano

Odeio fazer o balanço do ano. Este ano, odiarei um pouco mais pois foi um ano de grandes reviravoltas. Fui demitido, troquei de emprego e de profissão, tenho a ambição de sempre por dinheiro atrapalhando a avaliação mais sincera de minhas vontades e desejos profissionais, são as confusões da vida que eu gostaria de deixar de lado para poder começar o ano próximo sem essa pauta de coisas a fazer.
É impossível, porém, não pensar no que foi feito. Até porque o que fizemos nos define, será o que fizemos que determinará o que faremos e o que seremos no futuro. Não tem como apagar aqueles porretes (a parte do vexame, claro, o durante eu não me lembro...), não tem como apagar aquelas cantadas furadas, aquelas moças que eu não abordei não voltarão mais, nada poderá ser mudado. Isso só pode ser relembrado para servir de lição.
É que as lições doem, as melhores lições da vida são as mais doloridas. Deveríamos todos ter o sobrenome prego: só aprendemos levando na cabeça...

4.12.09

E lá vem os clássicos mundiais

Uma mulher talvez não entenda a beleza de um jogo como Nigéria versus Coreia do Sul, ou Coreia do Norte versus Costa do Marfim. Afinal, são times de desconhecidos, ninguém deles joga no futebol brasileiro, estão longe, não tem tradição. Mas nesses times até tem um ou outro jogador que está na Inglaterra, na Alemanha ou na Itália. Agora, o que dizer de Argélia versus Eslovênia? Deverá ser um jogo ruim de doer, correto? Errado, será um jogão.
O que as mulheres não entendem é que, na Copa do Mundo, estão 32 times vezes 23 jogadores, um total de 736 pessoas que querem dar o seu melhor para aparecer no mundo do futebol. São apenas 736 caras, de um universo de milhões de jogadores. E a maior parte deles ainda tem brios nacionalistas, ou seja, acham a maior honra de suas carreiras defender a camisa de seu país. Logo, entrarão em campo para dar o seu melhor.
Assim, mesmo jogos em que há a Austrália e a Nova Zelândia, por exemplo, países onde apesar dos ingleses a bola mais chutada é aquela ovalada do rugby, serão bons jogos. Copa do Mundo deveria ser um feriado mundial. Durante 30 e poucos dias o mundo deveria parar para seguirmos o grande espetáculo da bola.
E, se os juízes ajudarem para que nenhuma mão atrapalhe o curso da história de novo, o pequeno poderá vencer o grande e deixar a todos com um sorriso no rosto.
Lá vem a Copa, parem tudo que eu vou assistir até os reprises!!!

2.12.09

Mais uma encruzilhada

Cara, eu gostaria muito de que tudo fosse mais simples. Menos escolhas a fazer, menos decisões a tomar, que para tudo fosse feito um downsizing, como dizem os experts em administração, nas coisas da vida. Isso porque de vez em quando parece que tudo fica mais complicado.
Assim tenho diante de mim uma nova encruzilhada. Envolve os desejos, os sonhos, a razão e o pragmatismo. Algumas opções são lógicas e já teriam sido tomadas se apenas a razão nos guiasse. Outras envolvem sentimentos e sensações de que as apostas atuais podem dar certo, sempre com o receio de que possam não dar. Em relação aos sonhos, como esses podem ser feitos a qualquer momento, a lógica diz que eles podem esperar, pois o momento é de ser pragmático.
Conheço pessoas que adotaram o caminho da razão. Nem todas são felizes, mas aquelas que fizeram suas escolhas pensando em como poder fazer outras escolhas posteriormente, para ir em busca de seus sonhos, são um pouco mais realizadas. A pergunta é se o tempo que se passa fazendo algo que não é bem o que se quer é doloroso ou não.
Claro, essa é uma dúvida para quem pode se dar o luxo de tê-la. Pergunte a quase qualquer pessoa sem muito dinheiro o que ela escolheria, e terias a resposta. A filosofia mata, melhor ser ignorante às vezes e ser feliz. Tem razão quem disse que o otimista é antes de tudo um mal informado, do mundo e dele próprio.