Pesquisa do Palavrório

31.8.11

Essa pasmaceira tem uma causa

Ontem a ladra Jaqueline Roriz foi inocentada pelos seus pares, que não viram nada de errado em ela furtar dinheiro público à frente de uma câmera. Claro, o crime aconteceu antes dela virar deputada, logo, a deputada é inocente. Se a pessoa é culpada, a Justiça que julgue.
É mais um de milhares de escândalos que pipocam nesse Brasil, que existiam desde sempre, em todos os governos (FHC incluído), mas que agora, depois que Lulla passou a mão na cabeça de mensaleiros, deputados com dólares na cueca e outros mais, parecem se multiplicar a cada dia.
E por que nós não fazemos nada para acabar com isso? Por que a população toda não se revolta? Há uma causa, e não é apenas preguiça ou presunção. É dependência mesmo. O economista Eduardo Giannetti fez uma conta simples no último programa Fim de Expediente, na CBN. De acordo com os dados dele, há 40 milhões de pessoas no Brasil de hoje que dependem de um contracheque do governo. São funcionários públicos, concursados ou comissionados, nos três poderes, bolsistas do Bolsa Família, aposentados, inválidos e outros que ganham dinheiro direto do governo. Se cada um morar em uma casa com outras duas pessoas, temos aí 120 milhões de pessoas que dependem do governo. Esses formam a maioria. Sem contar a miríade de empresas que depende do governo e das licitações para viver. A conta deve aumentar.
É por isso que ninguém protesta. Temos um estado gigantesco que ainda é a mãe da maioria. O problema mesmo é o estado elefante. E, se os que não se enquadram nas categorias acima não se organizarem para diminuir o tamanho do estado, estamos lascados. Os sindicalistas meteram o pau na privatização da telefonia, mas agora lá não tem nenhum apadrinhado de político ganhando para não fazer nada, e temos telefones e celulares. Meteram o pau na venda da Vale e da Embraer, mas os diretores que lá estão trabalham efetivamente, e as duas empresas estão entre as maiores do mundo. Os sindicalistas e a esquerda burra encheram o nosso saco dizendo que privatizar os bancos estaduais era errado. Desde que os bancos estaduais foram vendidos, nunca mais houve uma grande ameaça de quebra do sistema financeiro, porque simplesmente fecharam a torneira para governadores e deputados estaduais continuarem roubando, conseguindo empréstimos sem nunca ter que pagar, indicando funcionários incompetentes. A vida só melhora quando o estado diminui.
Pena que a oposição nesse país é tão subserviente como a situação. Vai demorar para mudar algo.
Meu único consolo, pois acredito em vidas após a morte, é que os corruptos de hoje serão cobrados pelos espíritos daqueles que eles prejudicaram ao desviar dinheiro da saúde, da educação, do emprego, da moradia, da reconstrução de casas e cidades vítimas de tragédias. Eles não perdem por esperar...

9.8.11

Faz tempo

Faz tempo que não venho aqui, e é difícil regressar. Não porque seja difícil escrever, mas porque é difícil romper a inércia. Acostumamos a não fazer nada, a deixar as horas escorrerem pelos dedos sem fazer nada de útil, a ficar lamentando a falta de coragem de tomar uma atitude, e continuamos não fazendo nada. E, quando fazemos algo, o tiro sai pela culatra. Nessas horas, dá vontade de enfiar a cabeça dentro de um buraco e esperar o mundo acabar (em 2012?) e depois ver o que sobrou.

Que momento...