Pesquisa do Palavrório

29.12.05

Balango

Putz, acabou o ano mais rápido de minha vida!! Ele mal começou e já está aí, nos seus estertores, declarando findos os seus trabalhos. Hora de fazer um balango do que passou e projetar algo para o ano que vem.

O que passou? Mudei de profissão, casei, mudei de casa e ganhei dois filhos. Só não viajei para o exterior, mas finalmente conheci a Ilha do Mel, o único lugar onde o Paraná tem praias, e não litoral, que fica ridiculamente perto de onde moro, e para onde nunca tinha ido. O resumo é esse, tem bastante recheio, mas ele importa só para mim, para quem lê ele pareceria sem graça.

O que acontecerá ano que vem? Sei lá, não tô nem um pouco preocupado com isso. Esse ano começou sem expectativas e terminou como terminou. Então, para o ano que vem, o único projeto é dar duro para ser feliz. E o que vier é lucro.

FELIZ ANO NOVO!!!

9.12.05

Novos bárbaros

O termo bárbaro vem dos romanos e significa aqueles que moravam além dos confins do Império, um estrangeiro. Como eles tinham costumes diferentes dos romanos e os romanos se consideravam a única civilização que vale a pena, os bárbaros eram incivilizados. Ou seja, representavam tudo o que os romanos desprezavam.

Hoje em dia costumamos chamar de bárbaros todos aqueles que não têm comportamentos civilizados. Normalmente se associa a palavra barbárie a segmentos bem específicos da população: pobres, membros de gangues, de torcidas organizadas, moradores de favelas, enfim, os que a esquerda chama de excluídos.

Mas a barbárie está presente em todos os segmentos da sociedade. Vá a uma festa chique, pode ser no melhor local da cidade. Se a bebida acabar e depois voltar, você verá as pessoas se comportando como se aquela bebida fosse salvar as suas vidas. Veja um evento em que a comida é gratuita. Nobres senhores de terno e gravata disputando palmo a palmo o terreno em frente ao buffet com senhoras de permanente para pegar uma fatia de rosbife mal feita. Nos semáforos, carros chiques furam o sinal, viram à esquerda quando não podem, estacionam onde querem e ficam ofendidos se são repreendidos. Todos esquecem que há outras pessoas ao redor, e se comportam como se nada mais importasse.

E ficamos sinceramente chocados quando vemos jovens entrando no ônibus sem pagar, quando vemos brigas de torcidas, eventualmente com mortes, quando vemos lutas de bandos armados do tráfico carioca (que, para não perder o costume de apontar culpados em todos os segmentos da sociedade, existe pois há uma grande faixa de consumidores que paga o preço e outra de gente que realmente ganha grana com o tráfico, instalada em prédios luxuosíssimos) pelo controle de território, enfim, ficamos sinceramente chocados quando a barbárie é mais facilmente reconhecível.

Esquecemos apenas que também somos bárbaros, de uma certa maneira. E que se a humanidade evoluiu muito ainda, falta muito mais para caminhar.