Pesquisa do Palavrório

9.12.20

O vazio no estômago, de novo

Mais uma vez aparece aquela sensação de vazio no estômago. É recorrente nos momentos em que perco a esperança de uma saída tranquila, ainda que trabalhosa, de alguma situação. É como se o corpo dissesse que algo de ruim está para acontecer, e o estômago é o primeiro que sente. Já pela manhã, em vez de apenas uma ida ao trono, são três ou quatro, o estômago precisa expelir o que está dentro, uma angústia, um medo, um temor, tudo junto. Tem que sair, mas não sai, o vazio permanece.
Gostaria até de dizer que é uma sensação difusa, mas não, é bem concentrada no estômago. Não adianta comer, não enche. Não adianta beber, não conforta. Não adianta tentar esquecer, ele ronca. E ao se manifestar, todas as possíveis piores consequências tomam vulto. A esperança dá uma escapada, espera na sala ao lado, vai tomar um café não sei onde, mas não fica por perto, nem para dar um consolo. Resta o incômodo e o desconforto.
Talvez eu esteja exagerando comigo mesmo, afinal nada ainda aconteceu, e tudo pode mudar nas próximas horas. Sempre pode. Mas nesse exato instante, é como se não houvesse nenhuma chance de algo mudar para melhor. Tem que rezar, respirar, tentar acalmar e trabalhar para fazer passar. Mais que isso, no momento, não dá.
Segue o baile.