Pesquisa do Palavrório

4.8.05

Estranhos prazeres

Há cinco minutos, acabei de ler A Misteriosa Chama da Rainha Loana, o último romance do Umberto Eco. E o livro é muito bom, mas muito bom mesmo (para ler a resenha, espere até 15 de agosto e acesse o site do Rascunho, ela estará lá).

Daí que eu terminei de ler o livro no trabalho, e comentei com um colega que o livro é muito bom. E ele me disse que não gosta desse tipo de livro. Um outro já falou que só lê livros técnicos, um terceiro ainda que não lê em absoluto. Outro dia, em um shopping, testemunhei um fragmento de conversa entre duas garotas, uma dizendo que não gosta de ler mesmo, não é porque não tem tempo. Ela prefere fazer outras coisas.

Daí que me pego pensando no por que há gente que não gosta de ler. Algum tempo atrás eu com certeza xingaria uma pessoa que me dissesse que não gosta de ler, diria que é uma ignorante, uma imbecil, que livros deixam a gente mais inteligente e seres humanos melhores, enfim, descascaria o verbo em cima dela. Hoje já sou mais comedido, apenas lamento o fato e falo do meu prazer, da sensação que eu tenho lendo, na esperança que o outro se contagie com a minha emoção.

Afinal, quando o planeta não tiver mais recursos para gerar energia, todos terão que se virar com o velho Sol, que continuará iluminando os povos, e com os livros, a única mídia que não precisa de uma fonte de energia (depois que está impresso, leia-se bem), é 100% portátil, a prova de vírus (mas não de manchas de café, cães e crianças pequenas) e que, dadas as suas características, exige que você se isole de todos para se concentrar. Quer prazer melhor que esse, ficar sozinho, em uma época em que o convívio social é quase uma obrigação?

Vida longa aos livros!!

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