Pesquisa do Palavrório

17.10.05

Esperança para a humanidade

Uma vez o Luis Fernando Veríssimo escreveu que ainda havia esperança para o futuro da humanidade. Ele estava em casa de amigos, e era o aniversário do menor de todos, um criança entre três e seis anos, não me lembro ao certo. Um dos presentes da criança era um brinquedo eletrônico, super-sofisticado, desses que você aperta um botão e ele faz tudo sozinho, alijando completamente a criança do processo do brincar, mas que infelizmente fazem tanto sucesso por aí.

Pois bem, o piá ganhou o brinquedo, viu qual era, e saiu brincando pela sala. Com a caixa de papelão do brinquedo. O menino solenemente ignorou a tecnologia - talvez não tenha sido tão solene, pode até ser que tenha sido insolente, mas pelo menos teve personalidade - e foi brincar com a própria imaginação.

Todo esse palavrório para chegar ao que importa. No sábado, fui jantar com minha namoramada após o cinema. Fomos a um restaurante legal, e à mesa ao lado estava sentada uma família: pai, mãe, irmã mais velha com o namorado maior de idade (pois ele dirigia e eles foram embora antes de todos) e irmã mais nova, um pré-adolescente ou já adolescente entre 12 e 14 anos. Tudo tranquilo, o casal foi embora, e ficaram os pais e a irmã mais nova. Até que eles também resolveram ir embora.

Detalhe que traz esperança ao mundo: A MENINA ESQUECEU O CELULAR NA MESA!!! Em uma época em que o celular é praticamente uma extensão dos dedos, e em especial dessa molecada que não desgruda de qualquer coisa eletrônica, quem dirá o celular, que custa menos de R$ 100, uma garota esquecer o celular na mesa é sinal de que nem todos estão viciados nessa traquitana. E olha que era um celular bacana.

Espero que mais gente esqueça o celular. Aí quem sabe voltaremos a conversar.

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