Pesquisa do Palavrório

13.2.08

Chega de empulhação (parte 2)

(Antes de começar, deixe-me terminar um raciocínio do post anterior. Aquilo tudo vale até o fim do Ensino Médio, que deveria ser profissionalizante. As universidades todas deveriam ser privadas, todas. E vamos fazer que nem nos Estados Unidos: bolsa de estudos para quem se destaca, mensalidade para o resto. A bolsa pode ser custeada pelo governo, desde que haja mérito em sua conquista, ou pela própria universidade, que viveria das mensalidades dos alunos, de doações de gente que dá valor ao ensino e de convênios com a iniciativa privada para a realização de pesquisas. E aí, fim da mentira do uso da verba pública em educação, onde as universidades recebem uma parte do bolo desproporcional ao número de alunos atendidos.)

Cara, se tem algo que pode irritar profundamente uma pessoa é ver um dia do seu salário comido com o imposto sindical. É literalmente um dinheiro jogado praticamente no lixo. Digo praticamente pois alguns sindicatos, uma vez por ano, aparece em ação negociando os salários da categoria. Mas, na maior parte dos casos, é só isso. Em alguns, nem isso.

O imposto sindical é obrigatório, todos pagam. O trabalhador paga, os empregadores pagam. E o governo repassa a todos os sindicatos laborais e patronais que existem. Todos. Inclusive para o Sindicato dos Acupunturistas e Terapêutas Orientais do Paraná, o Sindicato das Empresas de Locação de Bilhares do Paraná, Sindicato dos Armazéns Gerais no Estado do Paraná, Sindicato dos Carregadores Autônomos de Volume de Curitiba, e até mesmo do Sindicato dos Empregados em Entidades Sindicais e Profissionais do Estado do Paraná. Procure na internet e verás sindicato que não acaba mais.

E quando passa desapercebido pelas militâncias petelhas que o imposto sindical pode virar opcional, veio uma chiadeira até de sindicato que ninguém sabia que existia. Claro, acabaria a mamata. Os sindicatos (patronais e laborais) finalmente teriam que mostrar serviço para que os trabalhadores quisessem pagar pelo serviço deles, quisessem de verdade se associar. Do jeito que é hoje, os caras que lá estão ficarão para sempre e os que sustentam o sindicato, como são obrigados a sustentá-lo, às vezes sem saber, não aparecem. Ou seja, entidade representativa dos trabalhadores é um eufemismo, pois eles só representam, na maior parte do tempo, a si próprios.

É uma empulhação o imposto sindical. É uma empulhação a obrigatoriedade de um sindicato por categoria, com exclusividade nela. Esta é uma atividade que, hoje em dia, não apresenta risco algum. Todo ano o dinheiro do imposto sindical cai na conta do sindicato, ninguém presta contas direito, e ficamos por aí. Que lástima!!

Tomara que os nobres deputados e senadores continuem dormindo no ponto e que a lei que acaba com essa empulhação passe batida no Congresso. Vereis no dia seguinte insígnies líderes sindicais clamando contra "o fim da organização dos trabalhadores", "a soberania dos sindicatos patronais (que pelo menos, parecem trabalhar um pouco mais que os laborais)", "o perigo do trabalhador não ter uma voz forte o suficiente para ser ouvida", enfim, balela de quem não precisa bater metas. Bem que o Congresso podia aproveitar e acabar também com o vergonhoso imposto que sustenta o sistema "S". Se é bom, as empresas contribuem voluntariamente. Se é ruim, tem que melhorar ou fechar. Simples assim.

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