Pesquisa do Palavrório

18.7.13

Futilidade

Perdemos a maior parte do tempo pensando, fazendo e querendo futilidades. As redes sociais servem como vitrine para a nossa completa e total dedicação ao fútil. Nas redes sociais estamos sempre bem, mostrando sorrisos, chamando os outros de lindo, maravilhoso a qualquer nova foto, mostramos o que comemos, onde comemos, o que compramos, enfim, só futilidades.
Não há muito espaço para que é realmente importante. Deixamos de lado a necessidade de progredir, de lutar e trabalhar para melhorar, para ficar mostrando os arremedos de satisfação que temos em nossa vida contemporânea. Um ou outro consegue fugir da mesmice, ao falar das alegrias de se ter filhos, de trabalhos que deixam esse mundo melhor. Mas são poucos em um oceano de palavras vazias e gestos sem sentido.
Não que a rede social tenha mudado algo nas pessoas. Já eramos assim antes. A diferença é que antigamente isso se compartilhava apenas com os vizinhos e conhecidos. Os amigos ainda estavam lá para saber de você o seu melhor e o seu pior, e mesmo assim continuar lá, do seu lado. Às vezes até eles nos davam umas broncas morais de que não gostávamos. Mas como eles tinham razão, escutávamos. Hoje, na rede, ninguém critica ninguém. Sua crítica soara como bullying, como inveja, como qualquer outra coisa ruim, em vez de ser o que é.
Em quantos perfis você não tem vontade de dizer: meu, se liga e vai trabalhar!! Ou então: para de frescura e mexa-se!! No mínimo, em 80% dos perfis de gente que fica reclamando da vida em público. E em 99% dos que colocam foto de comida ou de lojas ou de produtos. Mas esse é o paradigma da atualidade: somos felizes se temos, se compramos, se consumimos. Somos felizes se mostramos tudo o que temos para muitos. Essa é a droga da modernidade, expor-se ao máximo em busca de pílulas de satisfação que nunca encherão a nossa pança espiritual.
Tristes tempos.

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