Pesquisa do Palavrório

4.1.08

Tudo devagar

O começo do ano deveria ser em meio período. Afinal, mesmo que as pessoas queiram trabalhar, metade das pessoas com quem elas devem trabalhar não estão lá. Estão em férias, estão na praia, na montanha, no exterior, em qualquer outro lugar, menos no escritório. Aproveita-se que as escolas estão paradas para viajar ou, quando não há dinheiro, para ficar em casa.

Infelizmente, há um pedaço do mundo que esqueceu o que é parar uns momentos. O tal do capital obriga que quase todos os trabalhadores do mundo não parem nunca. Afinal, o mercado exige lucros, os acionistas exigem resultados, alguém (que não se sabe direito quem é) está ali cobrando, desde o primeiro minuto do segundo dia do ano (pelo menos um dia eles são obrigados a conceder) que haja geração de resultados, lucros gordos e fartos para serem distribuídos.

Nada contra o lucro. Foi a ausência dele que fez o comunismo ruir. É a presença dele que faz o mundo avançar. Mas a dose poderia ser um pouco menor, a pressa menor, a ganância menor, para que tivéssemos mais semanas como esta primeira do ano, em que fazemos pouco não porque queremos, mas porque não podemos fazer mais.

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