Pesquisa do Palavrório

4.1.08

O tempo que não volta

Em dias de chuva fecho os olhos e me lembro de quando dei a volta ao redor da Irlanda de mochila. Tá, não foi tão excitante como Tony Hawks mas foi, à minha maneira, muito bacana.

Claro, a primeira relação que se pode fazer é de chuva com Irlanda. Afinal, chove pelo menos 300 dias por ano lá, o que ajuda e muito a deixar o país com os infinitos tons de verde que eles têm. Mas me lembro da chuva de quando fiz a caminhada até um lugar chamado Giants Causeway no norte da Irlanda.

O dia estava meio estranho, não pendia nem para a chuva nem para o sol. Assim, de mochila nas costas, desci do ônibus em Carrick-a-Rede e comecei a caminhada pela beira do mar até Giants Causeway, 15 km distante. O tempo ameaçou fechar, e coloquei minha capa de chuva. Continuei andando. Daí o tempo abriu, com sol e tudo. Tirei a capa e continuei andando.

Mas não era um tempo estável. Logo se via no horizonte o tempo fechando e a nuvem negra, carregada de chuva, chegando. E era muita chuva, tanta que chegava a formar uma parede de água que parecia engolir o mundo. Vi a chuva abraçar um barco e ele desaparecer de minha vista. Foi o tempo de por a capa de chuva e continuar andando debaixo da tormenta. Dali a pouco a chuva parou, o sol voltou e tirei a capa de chuva de novo. Este chove não molha se repetiu pelo menos três vezes até o ponto final da jornada, feito com um pôr-do-sol em céu claro, sem nuvens.

Grandes tempos de mochileiro. Não voltarão mais, nunca mais, pelo menos do jeito que foram vividos. Agora não tenho apenas uma mochila, tenho mais três maletinhas adoráveis que pretendo levar comigo sempre que possível. Mesmo assim, às vezes dá uma saudade do que na podemos mais ter. Pelo menos são boas saudades...

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