Pesquisa do Palavrório

1.4.10

Que momento...

O mundo está convulsionado. Do micro ao macro, tá tudo do avesso, tudo está sendo questionado. Na minha cidade, o prefeito super bem avaliado deixa a prefeitura para concorrer a governador. No entanto, sai deixando a cidade esburacada, os ônibus lotados e sem lugar para por o lixo. O governador, maluco, deixa o governo se achando o máximo, mas em sete anos não conseguiu fazer nada para a população, só para si próprio e os seus. A insegurança toma conta das ruas de todas as cidades, as estradas estaduais estão um lixo, a saúde idem, a educação idem, e ele se achando o Chávez do Sul. Não sei o que é pior, se o narcisismo ou a inspiração. E no nível nacional, a coisa é ainda pior. Há uma renca de gente defendendo esse governo que privatiza tudo para os seus, aparelhando tudo o que podem com os colegas sindicalizados, os pelegos de sempre, gente que não quer trabalhar mais, apenas mamar. Não é nem questão ideológica, é privatização para alguns. Eu queria um governo que socializasse mesmo, que tornasse o governo de todos, e não de alguns. Nem falemos do poder legislativo e judiciário para não dar engulhos.
Mas essa é a casca. O que convulsiona o mundo é a crise de valores. Ser bom e correto não está com nada atualmente. Quem procura seguir as regras é penalizado, tanto com a fiscalização excessiva que deixa de lado os infratores grandes por que recebem propinas, como do círculo social que se espanta com a sua decisão de ser correto. "Como assim, você que dirige com duas cervejas é tão ilegal quanto eu que ganho um salário da Assembléia Legislativa sem trabalhar, são duas ilegalidades. Além disso, todo mundo faz isso!" Já que todos fazem o errado, você também deveria fazer. Os BBB estão aí para provar que levar vantagem em tudo é o modus operandi da civilização. No Brasil, na Itália, nos Estados Unidos, enfim, onde você estiver, é isso que acontecerá. A humanidade está virando as costas para o certo para abraçar o errado.
Cena cotidiana: a pessoa estaciona o carro em uma vaga operada pela prefeitura. Ela tem que por um cartão no vidro para ter direito a ficar estacionada ali durante uma hora. Não há fiscal da prefeitura por perto, o motorista fecha o carro e pensa: "bom, na volta eu vejo o que acontece". Na volta, quase uma hora depois, a fiscal está multando o veículo por não ter o cartão exposto, e multando com razão. A fiscal diz "putz, acabei de preencher a multa", como quem diz "se o senhor chegasse um minuto antes, eu aliviava". O motorista diz "pode preencher, moça, eu estou errado mesmo de não ter o cartão". A fiscal não acredita que ouviu a frase, e sai agradecida de ter encontrado alguém com essa presença de espírito. Claro, se a fiscal não tivesse aparecido, sorte dele. Mas como ela viu, ele vai chorar as pitangas?
Em resumo, tá difícil querer seguir o caminho certo, com tantas distrações por aí. Mesmo quem tenta muito não consegue. O jeito é rezar para ver se essa onda passa...

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