Pesquisa do Palavrório

10.3.10

Para onde estão indo as bundas?

Ando pelas ruas procurando-as e cada vez as vejo menos. Falo de bundas, bundas femininas, belas bundas femininas, daquelas que querem fugir dos jeans que as levantam e aprisionam. A cada dia, parece que há menos bundas na praça!
Sei que moro em Curitiba, uma cidade mais branca que negra ou índia, e que as bundas que andam por aqui são menos formosas que as cariocas e as nordestinas. Mas houve uma época em que havia mais bundas pela cidade. Mesmo meninas branquelas tinham belas calipígias adornando-as, eventualmente. Hoje, parece que as bundas sumiram, foram fatiadas por algum maluco americano que só gosta de peitos (uma homenagem à nossa colega de faculdade, Márcia Fa!).
As meninas enfiam-se em jeans superapertados que, quando vistos de lado, ainda mostram alguma protuberância na traseira, mas quando vistos de costas, mostram que elas não têm mais quadris. Junto com as bundas, perde-se aquela curva que o fim do tronco fazia com as ancas (ainda sou do tempo de ancas), mostrando, ou melhor, não mostrando mais uma bunda. Estão magrelas, estão raquíticas, estão desaparecendo.
Os peitos, em compensação, abundam (desculpem-me pelo trocadalho do carilho). Se você as vê de frente, vê o avanço dos decotes na direção do umbigo, com toda a tecnologia dos soutiens a levantá-los e provocar fendas que nos convidam a mergulhar e perder-se. E fica assim a situação: a mulher vem andando. Primeiro você vê os peitos, depois a cara (não que importe muito para uma secada apenas) e, à medida que ela passa, vai se virando para visualizar o perfil e então decepcionar-se com o desaparecimento da bunda.
Onde estão, para onde vocês foram, ó belas bundas, belas calipígias? Onde vocês estão para que possamos apreciá-las para mandar essa tara americana de bebê não crescido que continua pensando nos peitos da mãe e voltar a sermos o que sempre fomos, amantes das bundas? Procurarei sem cessar, até encontrar, pois para algum lugar elas devem ter ido. Assim espero.

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