Pesquisa do Palavrório

8.12.08

Sentimentos e recompensa

Você trabalha diariamente esperando algumas recompensas. Na maior parte dos casos, gostaria de ter satisfação no trabalho, que ele significasse algo para você mais importante que o dinheiro. Difícil, mas talvez não de todo impossível. Claro que nós trabalhamos também para ter dinheiro, mas gostaríamos que ele não fosse tão sofrido, tão atribulado e tão dissociado de nossa satisfação no trabalho.

Queremos também ser recompensados com promoções, com elogios, quando fazemos as coisas direito. Nesse ponto, continuamos pensando como uma criança que é parabenizada quando faz algo bacana. Queremos o cafuné, o colo, o doce, o brinquedo. Não adianta saber, conscientemente, que fazer direito é obrigatório, que fazer errado é o que merece o castigo.

E o que acontece quando sabemos não ser merecedores de recompensa e querermos mesmo assim. Ou pior, quando o nosso colega ao lado, que sabemos ser mais competentes que nós nesse momento – seja por acreditar um pouco mais no trabalho, seja por se esforçar mais, seja por mérito, enfim, vários motivos que o tornam primeiro lugar na lista de promoções e aumentos de salário -, consegue a promoção antes da gente para ser o nossa chefe?

O racional diz para ficar contente e parabenizar, pois ele de fato merece. O emocional fica meio complicado, pois o ser humano é um bicho difícil de entender. As necessidades animais já foram supridas há muito, e a maldita pirâmide das necessidades de Maslow aparece com força para mostrar que é o ego agora quem quer e pede massagem. É o ego que coloca você em dúvida. É o ego e o pretenso golpe na auto-estima (e vem a pergunta: o que você efetivamente para merecer uma promoção? E, se for sincero, saberás que não fizeste nada...) que te deixam com os sentimentos ambíguos.

Assim, resta voltar ao divã de casa e pensar: "O que você realmente quer da vida?" Você está com 40 anos, o mundo continua girando e você tem que decidir o que fará daqui pra frente. O que te motiva? O que faz você caminhar em frente? O que você quer? O que você fará para te dar sentido a algo que às vezes parece sem sentido? O quê? E, principalmente, por quê? Para quem?

Um comentário:

Cleyton Cabral disse...

Que lindo Texto moço! Gostei daqui e voltarei mais vezes. Abraço.