Pesquisa do Palavrório

20.7.07

Indecência dos incompetentes

Do Estadão Online:

SÃO PAULO -
O Palácio do Planalto recebeu com alívio a notícia de que a tragédia com o vôo 3054 pode ter sido provocada por um problema técnico no Airbus da TAM - e não pela pista molhada do congestionado Aeroporto de Congonhas. O assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, ministro Marco Aurélio Garcia, festejou com um gesto obsceno com as mãos quando assistia, no seu gabinete, ao noticiário do Jornal Nacional, da TV Globo, sobre o acidente.

O significado do gesto de Garcia parecia claro: a TAM se estrepou, melhor para o governo. Ao seu lado, o assessor de imprensa Bruno Gaspar foi ainda mais grosseiro. Fez um trejeito imitando o ato sexual.

Nunca antes na história deste País nossos governantes demonstraram tanto desrespeito aos que os elegeram e os mantêm. O gesto de dois dos mais próximos auxiliares do presidente Lula, que provavelmente não sabia de nada de novo, reflete o sentimento comum deste bando de incompetentes lotados nos postos de poder federal. O povo que se foda, eu quero é garantir o meu!!

Os barnabés festejavam que a culpa podia não ser da pista, ou seja, da Infraero, ou seja, do governo. Festejavam que as cerca de 200 mortes poderiam ter outro culpado no banco dos réus. Como se isso importasse. Na certa tiveram que às pressas reescrever o que o Presidente dirá esta noite em cadeia nacional, para que ele pudesse dizer, com firmeza, que algo seria feito, mas que a pista estava OK.

Nunca antes na história deste País se viu um governo tão patético e insensível. Talvez apenas Maria Antonieta ("O pão acabou? Que comam brioches...") tenha sido mais insensível.

O presidente que se cuide, a maré pode virar um dia...


19.7.07

Um incompetente culpado?

Demorará algum tempo para esquecer a tragédia do avião da TAM. Demorará ainda mais, talvez nunca seja possível, desvincular a pecha de incompetente desse governo e de seu comandante maior, Luís Inácio Lula da Silva.

Leiam a Dora Kramer de hoje (19/07/07). Lá está:

Não se pode culpar o presidente por tudo o que de mal acontece neste país, disseram de maneira preventiva alguns de seus admiradores assim que saíram as primeiras notícias sobre o desastre. É verdade. Mas é verdade também que não é mais possível aceitar que o presidente da República não seja responsável por coisa alguma neste país.

Ela continua elencando o que o governo, "este governo", deveria ter feito. Relembro, os sinais do caos foram dados em 2003, primeiro ano do primeiro reinado de Nosso Guia. Tudo o que "este governo" consegue fazer é falar, falar muito, falar bem, mas não fazer nada.

No fim, tenho que concordar com o presidente. A vaia de 100 mil pessoas no Maracanã na abertura do Pan foi injusta. Injusta por pequena. A vaia mesmo é dos 30 milhões de brasileiros que pagam impostos e não vivem às custas das tetas do governo.

18.7.07

A incompetência gera mortes

Nunca antes na história deste País se viu um governo tão incompetente. Já são quatro anos e meio de reinado de Luís Inácio Lula da Silva, e seu maior mérito até agora é não ter feito nada que pudesse prejudicar seriamente a economia. E só. Pois ele não fez mais nada, e esta incompetência começa a gerar mortes, muitas mortes. O acidente de ontem com o Airbus da Tam em Congonhas é apenas mais um capítulo, o mais recém escrito deste governo que passará à história como o de maior inação do mundo.

Lula não fez nada até agora. Na economia, pelo menos, não fazer nada foi bom. Se ele tivesse feito algo, poderia até ser melhor. O mundo todo passa por um ótimo momento econômico, mas como seu governo não fez as Reformas Tributária, Trabalhista e da Previdência –ele que tinha todos os mensaleiros a seu favor, além do apoio irrestrito de grande parte da população – o Brasil cresce a taxas medíocres. Mas pelo menos não há crises. Ele não fez nada que pudesse alterar de maneira negativa a economia.

Em relação aos sucessivos escândalos, Lula também não faz nada. Ele se faz de sonso, diz que não é com ele, e vai tocando a vida. Não importa se foi o seu chefe da Casa Civil, o seu churrasqueiro, o seu irmão, o secretário geral do seu partido, o seu ministro, a maior estatal do País (cujos escândalos estão sendo investigados desde 2003, primeiro ano do reinado de Lula, como disse o próprio presidente da Petrobrás), todos os contratos irregulares da Infraero, enfim, em nenhum dos escândalos surgidos nos últimos tempos, houve uma ação de Lula. Ou melhor, houve. Ele tentou fazer algo para salvar Renan Calheiros. Grande ato, o partido da ética tentando salvar um suspeito, em vez de dizer “vamos investigar, se ele for inocente, não há o que temer”.

E agora, mais 188 mortes em um acidente aéreo. Menos de um ano atrás, outras 154 pessoas perderam a vida. E o que fez o governo entre um acidente e outro? Relaxou e gozou, disse que o caos aéreo era até bom, sinal de crescimento econômico, e que tudo não passava de uma desobediência dos controladores de vôo. Claro, o governo estava mais preocupado em por novos pisos e novas lojas em aeroportos, em superfaturar contratos de publicidade dentro dos aeroportos, em comprar um Airbus presidencial, em fretar jatos particulares ou da Força Aérea Brasileira para seus ministros não enfrentarem os vôos comerciais. Deixe que as pistas de pouso serão vistas em outro momento. A pergunta agora é: antes ou depois do próximo acidente.

Este governo é patético. É um acinte à população que não depende de nada dele. Pois hoje só o defende quem vive às suas custas, quem mama dele. São os dependentes do Bolsa Família – que tem seus méritos por reduzir a desigualdade, mas que não é o suficiente para fazer o país crescer -, são os milhares de funcionários públicos em cargos de comissão – ou seja, gente que tem medo de não passar em um concurso público, incompetentes em sua maioria que vivem apadrinhados por algum político -, são os que vivem da corrupção e desviam dinheiro da educação, da saúde, da segurança pública, do transporte, da habitação etc.

Para todos esses, “nunca antes na história deste país” se viveu tão bem. Nós, cidadãos que não dependemos desse governo, pelo contrário, pagamos cada vez mais impostos para sustentá-lo, temos medo de que a incompetência desse governo nos faça a próxima vítima.