Pesquisa do Palavrório

16.3.15

Encruzilhadas

Vez por outra me pego pensando no que teria acontecido se eu realmente tivesse seguido algumas decisões que tomei e que, por um bicho chamado ambição (ou ganância), esqueci no segundo seguinte. Decisões importantes, que me trouxeram até aqui, nesse quase beco sem saída em que me encontro. Tem saída, claro, mas é preciso primeiro limpar o entulho do caminho para então sair por ali.

Quando eu estava na Gazeta Mercantil e saí para ir para a assessoria de imprensa da Tim, saí para ganhar o dobro de dinheiro. Foi legal, e à época achei que foi uma sábia decisão, pois a Gazeta Mercantil faliu uma semana depois, mandando todos pra rua. Mas todos os que foram pra rua estão bem, e jornalistas. Eu não.

Já de volta ao Brasil, estava na Gazeta do Povo, pensando em fazer um mestrado para dar aulas de redação. O bicho da ganância apareceu de novo, e lá fui eu para a GVT. E um ano depois, nova mordida, dessa vez para ir ao marketing. Três, quatro anos de enganação pessoal, até ser mandado embora.

Aí vamos para uma revista de economia, algo que parece ser promissor. Só não era pois peguei a crise de 2008. Enfim, talvez desse para ficar ali e fazer uns frilas. E fui chamado para trabalhar com uma amiga em uma assessoria de imprensa diferente, sem muita encheção. Recusei, achei que seria boa a aposta da revista. Não foi, a revista não tinha espaço para eu crescer, nem ela para crescer no mercado. Enfim, saí e fui mordido pelo bicho da maior ganância.

Claro que todo salto permitiu conquistas materiais que, de outro modo, teriam demorado muito mais para ser conseguidas. Eu tinha uma necessidade também de mostrar para minha esposa que eu podia ser algo mais que um bom marido e um bom pai, que eu podia ser um provedor também (coisa besta de macho jacú). Deu certo, mas não dá para se enganar o tempo inteiro. A consciência cobra uma hora.

Infelizmente, não sou um homem executivo. Não sei trabalhar com gente falsa ou injusta, muito menos desonesta ou que só quer levar vantagem. E o mundo empresarial é assim. O que sei fazer melhor não se transforma em dinheiro. Essa é a encruzilhada atual. E a bússola não está apontando para lugar algum.

Um comentário:

Anônimo disse...

Não tem mais palavrório?