Pesquisa do Palavrório

25.6.08

Pura poesia

Ontem fui almoçar sozinho, como sempre faço para por as idéias em ordem. Na saída do restaurante, duas crianças pequenas tinham um pedaço de papel na mão e uma delas gritava:

- Me ajude! Tem alguém que sabe fazer avião de papel?

Eu estava atrasado e já ia passando reto, não era comigo, elas têm pai, mãe, primo, seja lá quem fosse que os tivesse trazido ali. Mas eu parei, me abaixei até ficar com os meus olhos no nível dos olhinhos puxados delas (eram duas crianças de origem japonesa) e respondi que sabia fazer sim.

Fiz um avião com todo o cuidado (e, pensando depois, da maneira errada, mas que na hora funcionou), olhei para eles, pisquei e convidei:

- Vamos testar?

E joguei o avião. Ele saiu voando, com os olhinhos deles seguindo o avião. Não foi um longo vôo. Mas foi o suficiente para que eles, logo que o avião caísse no chão, abrissem um sorriso e saíssem correndo atrás dele para um novo arremesso. Dei um sorriso de volta e me despedi.

Uma delas ainda teve a presença de espírito de gritar:

- Obrigada!

Foi um aviãozinho de papel meio desajeitado, mas que levou todo o peso que carregava no ombro naquele instante. Abençoadas crianças!

Um comentário:

Cleyton Cabral disse...

Daria uma bela cena de um filme. Imaginei tudo. Abração.