Os seres humanos conseguiram colocar uma sonda em uma lua de Saturno. A coisa viajou sete anos até chegar lá. Todas as pessoas envolvidas nessa viagem tiveram que calcular muita coisa para impedir que ela batesse em algum lugar no meio do caminho, para que os planetas e outros corpos celestes exercessem a atração certa para impulsioná-la pelo espaço, e tantos outros cálculos para que ela chegasse sã e salva lá.
Estranhamente, é mais fácil colocar uma sonda lá do que resolver alguns problemas de trânsito por aqui. Sem menosprezar nenhuma inteligência envolvida na questão, e sem o maniqueísmo babaca que diz que deveríamos acabar primeiro com a fome e a poluição na Terra, para então sair explorando o Cosmos, acredito que seja realmente mais fácil colocar uma sonda em Saturno.
Isso porque, em seu caminho, ela só encontrou planetas, meteoros, meteoritos, luas, enfim, objetos sem vontade própria, regulados por leis matemáticas. Aqui na Terra, temos um detalhe que atrapalha qualquer planejamento de longo prazo: o ser humano, esse bicho imprevisível, que não dá sinal quando vai virar à direita ou à esquerda, que esquece de nos ligar avisando que vai para outro lugar, em vez de vir para casa, que não sabe o que quer e que, por isso, tem direção variável com velocidade inconstante.
Assim, chegar incólume de um bairro a outro em uma grande cidade torna-se uma viagem muito difícil. Se for na hora do rush, então, a complexidade levaria qualquer cientista da NASA, da ESA e outras agências espaciais por aí à loucura. Já imaginou o cara tendo que lidar com uma fileira de semáforos não sincronizados entre a Terra e Marte? Ou um engarrafamento de asteróides logo ali na curva de Júpiter, onde a sonda pegaria velocidade? No way, man...
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