O ser humano em geral, e o brasileiro em particular, tem uma predileção por David, isso quando ele luta contra Golias. Mas isso não se resume a uma história bíblica, mas se extende por diversos campos da vida cotidiana.
No futebol, por exemplo, os brasileiros sempre torceram pelo time mais fraco (desde que esse não jogasse contra o Brasil, é claro). O time dos Camarões, por exemplo, era o segundo time do Brasil, até que começou a jogar muita bola. Enquanto eram meio ingênuos, todo o Brasil acompanhava seus jogos. Agora, um pouco menos.
E assim é. O Brasil torce para o Barrichello, por exemplo, decididamente mais fraco no confronto com o Alemão. O Brasil até toma Coca-Cola, mas torce (ou torcia) pelo Guaraná. A Fiat, uma fábrica não muito grande no resto do mundo, aqui tem um mercado enorme.
E ontem o Steve Jobs, o cara da Apple, lançou o Mac Mini. O treco é bonito para caramba, e garanto que no Brasil, assim como o resto do mundo, torce para que o negócio decole, e a Apple saia do buraco em que está há muito tempo. Todas, praticamente todas as pessoas que lidam com um computador sem serem experts (ou seja, sem conhecerem Linux) querem um que não sofra tantos ataques de vírus, que seja bonito, que não trave tanto, que seja simples, enfim, tudo o que a Apple sempre foi, mas a um preço acessível, que é a promessa de agora.
E, claro, ninguém mais agüenta o Bill Gates faturando alto vendendo programas que não funcionam direito, simplesmente porque ninguém faz alternativas (tá, o Linux pode ser uma alternativa, mas ainda não é). Bill Gates talvez tenha sido David na universidade, mas desde que se aliou à IBM para incorporar o DOS já nas máquinas vendidas, virou Golias. E tá na hora de trocar o disco.