Pesquisa do Palavrório
2.9.10
Medo inconsciente
7.7.10
Algo ficou pelo caminho
Um dia tive sonhos, peguei uma mochila e saí para viajar. Disse que voltaria em seis meses, e fiquei dois anos e meio fora. Voltei e recomecei, mas um tempo depois, descontente com os rumos que a coisa estava tomando, saí de novo mais um ano e meio. Voltei e recomecei, dessa vez para não sair nunca mais. Tem algo que ficou pelo caminho nessas idas e vindas.
Pode ser que o que tenha ficado para trás seja a inocência, aquela coisa meio pueril de achar que o mundo trabalha a seu favor, quando é você quem tem que trabalhar antes para fazer o mundo girar pro lado que você quer. Há uma dificuldade em ver as coisas de um ponto de vista mais positivo, mais esperançoso, que faça o sorriso aparecer mais fácil.
Também deve ter ficado para trás o sonho, ou os sonhos, que envolviam aquela vontade de ser alguma coisa no futuro, se trabalhava para isso e que agora, já na metade da estrada, vemos que é necessário ser mais pragmático que sonhador. O sonho de agora é aquele de doce de leite na padaria, que se compra com o pragmatismo do trabalho bem remunerado, ainda que bem longe da utopia do jornalista de guerra, do repórter econômico de sucesso, do publicitário famoso.
Ficou para trás, com toda certeza, a energia de começar e recomeçar o trabalho, qualquer trabalho, por melhor que seja. Ser escoteiro de novo, ser iniciante em um trabalho de novo, voltar a estudar algo, falta energia para aprender novidades, fazer novidades, criar. Quase melhor voltar aos bons livros já lidos para reviver emoções que arriscar novas leituras e novos conhecimentos. E isso é muito ruim.
Algo ficou pelo caminho, e não me refiro aos anos que certamente não voltam mais. Tem alguma outra coisa que agora faz falta. No entanto, aprendi com as viagens que tudo o que eu queria deixar no Brasil quando viajei foi comigo na cabeça, e com certeza voltou, inclusive as coisas boas. Há que cutucar bem fundo lá na cabeça e reencontrar o que eu acho que ficou pelo caminho para poder voltar a acreditar. Enquanto isso, o jeito é aguardar...
2.7.10
Palpiteiro
9.6.10
A âncora do rancor
12.5.10
7.5.10
9.4.10
Pos Meridion
esquecerei.
isso sim é nostalgia!!
E lá se foi o Ivo Rodrigues, que os deuses do rock o tenham
1.4.10
Que momento...
23.3.10
Via crucis burocrático
15.3.10
Problema de criação
12.3.10
Tristes países
11.3.10
Os euscritores
10.3.10
Para onde estão indo as bundas?
4.3.10
A dificuldade de se lidar com o ócio
4.1.10
Mais um ano ou menos um ano?
Eu duvido. Apenas a quantidade de livros que merecem ser lidos, se não houvesse mais nenhum lançamento que preste daqui até o fim do século XXI, já seria o suficiente para preencher umas duas ou três vidas em que a única atividade fosse a leitura. E a quantidade de músicas para se escutar, bebidas e comidas para apreciar, enfim, a quantidade de coisas que deixaremos de fazer será infinitamente maior do que a quantidade de coisas que poderemos ter feito.
Provavelmente o que querem nos dizer com isso é que não se deve medir a vida pela quantidade, mas pela intensidade do que se faz. Que cada gesto nosso deve ser intenso, pleno de significado e que nos traga uma compreensão maior do mundo, mesmo que às vezes sejam gestos ou situações doloridas. E que menos é mais, e por aí vamos.
Como mensagem, ela é muito simples. Mas é de difícil execução, pois a todo momento somos bombardeados com as 1001 comidas para experimentar antes de morrer, os 1001 vinhos, os 1001 discos etc, etc, etc. Lazarento o criador desse mote, que agora vai avançando para todos os campos da humanidade. Logo haverá as 1001 posições sexuais que você deve experimentar antes de morrer e uma versão evangélica com as 1001 preces que você deve fazer para morrer em paz, um sinal de que não faltará mais nada para catalogar e nos afligir com o tempo ainda mais curto que temos, a cada dia. Até o momento final. Omnes feriunt, ultima necat.