Pesquisa do Palavrório
24.1.11
Novos problemas
Há cem anos não havia praticamente nenhum dos exames que existem hoje. Tomografia computadorizada, cintilografia, qualquer um que use radiação (raio-x acho que já tinha), nada aparecia. Provavelmente as
pessoas morriam de algo que ninguém sabia que existia.
Tem gente que tem medo de ir ao médico com o seguinte argumento: se eu for, ele vai dizer que estou doente. Talvez a ignorância seja a companheira da felicidade.
Não saber nada ou adotar a política do quanto menos melhor poderia ser útil mesmo. Algum poeta ou escritor disse que não era mais possível ser feliz depois de Auschwitz. Ele tem razão. Como ser feliz com os
deslizamentos de terra no Rio, a barbárie de cada dia nas periferias, os desmandos dos políticos, a roubalheira, a falta de caráter da população como um todo?
Talvez seja melhor não cutucar nada mesmo. Tá doendo? Espera passar. Tá com problema no computador? Reinicia e vê no que dá. Ignore os sintomas e toque em frente. Não saiba, e fique feliz.
23.1.11
Constituição Brasileira
tiro ao alvo nos pretendentes de sua filha, não importando a idade
dela nem se o pretendente for bonito, feio, alto, baixo, rico, pobre
ou o que for.
18.1.11
Envelhecer
14.1.11
Causas naturais?
13.1.11
Tenho muitos tenhos
12.1.11
Saudades da infância?
mais feliz de suas vidas. É feliz porque não volta mais.
Na infância não temos liberdade, somos vigiados constantemente.
Podemos fazer aquilo que nossos pais mandam, vestimos o que nos
ordenam (mesmo que esperneemos, a gola rolê da blusa cacharrel lá
estará nos protegendo de tudo), ganhamos o que nos dão, eventualmente
o que pedimos, temos hora para dormir, hora para acordar, enfim, tudo
são ordens.
A liberdade das brincadeiras está na mente, é mais ilusão que verdade.
A infância é um território de restrições, nunca de liberdade. A vida
adulta é bem melhor.
Talvez só queiramos que a infância seja a melhor fase pois não
tínhamos responsabilidade de nada, e por isso temos saudade dessa
época.
7.1.11
Em busca de novos desafios
um mail padrão para seus colegas (logo ex-colegas) de trabalho: "Valeu
pelo tempo passado juntos, vou em busca de novos desafios". Hoje, com
o LinkedIn, você pode até acompanhar a trajetória profissional da
pessoa, e de tempos em tempos aparecerá um "vou em busca de novos
desafios". Quem é mandando embora não tem muito tempo de mandar esse
mail, pois precisa catar suas coisas e cair fora logo, o segurança
está de olho, com medo de que você roube algum segredo corporativo.
Bom, o fato é que o trabalho não acontenta muita gente. Tá todo mundo
meio que de olho em novos desafios (na prática, acho que estão de olho
mesmo é em um salário maior) e, na primeira chance que der, se a
próxima empresa for um tiquinho melhor que a atual, ela troca de
barco. Não são os desafios que motivam a maior parte das pessoas,
ainda que todas usem esse discurso bonito, é o salário mesmo, o
estipêndio.
As pessoas querem ganhar pelo que elas fazem, e querem ganhar o justo.
Mas, na vida real, funciona assim: o empregado sempre acha que ganha
menos do que recebe, o patrão tem certeza que paga mais do que ele
merece. O ponto do meio desagrada os dois, e não existe meio de
agradar a ambos simultaneamente. E como nenhuma empresa é fiel aos
seus empregados (talvez haja exceções, quem sabe), eles também não o
são a ela. Por isso é fácil trocar de emprego e dar uma desculpa
esfarrapada, "vou em busca de novos desafios", em vez de dizer
claramente "aqui não sou aproveitado".
O mundo corporativo é muito parecido com a natureza, mas tem um
diferencial em relação à selva que deveria ser melhor estudado: a
dissimulação. No mundo corporativo as palavras têm outros
significados, os resultados têm outra maneira de serem medidos e os
méritos têm outras maneiras de serem reconhecidos. É um mundo bem
parecido com o verdadeiro, mas na prática é bem diferente. Estranho
mundo.