Pesquisa do Palavrório

14.3.05

Um jeito diferente de ver o mundo

Softwares colaborativos. Esse é um termo que vai ficando comum a cada dia que passa. Basicamente, isso se trata de gente que, independente de onde estiver no mundo, trabalha em um mesmo projeto graças à internet. O potencial de criação é praticamente infinito.

Veja só, já hoje filmes de animação 3D são feitos em quase todo o planeta. Um cara faz um roteiro, passa as necessidades de animação para um grupo de pessoas, que repassa detalhes dessa animação para quem as faz. E cada criador pode decidir se o conteúdo fica público ou não. Por exemplo, um cara foi contratado para fazer um vaso 3D. Feito o vaso, usado no filme, ele pode decidir se deixa o vaso público, isso é, em qualquer outro filme que for preciso usar um vaso, e se aquele vaso preencher os requisitos, basta baixar o código do vaso e pronto.

Mas pense em outras coisas. Um livro pode ter infinitos autores, infinitos finais, todos dependendo da quantidade de pessoas que se dispõe a colaborar com ele. (Será que no caso de muitas pessoas escreverem sobre um tema, as conclusões convergem para um mesmo lugar?).

Ou o cara pode criar um riff de guitarra, por exemplo, e jogar o riff na internet. Um baterista pega o riff e faz uma base em cima, e joga de novo na net. Daí aparece um baixista, ou um tocador de bongô, ou um citarista, sei lá, o instrumento que você quiser, e temos a cada nova contribuição uma nova música.

O lance é muito bacana. Restará saber se alguém ganhará dinheiro com isso, e talvez esse seja o problema em tornar tudo ainda mais popular.

10.3.05

Seca

Um mês depois é necessário retomar o teclado e recomeçar a escrever. Sobre qualquer coisa, absolutamente qualquer coisa. E quando as idéias não vêm à cabeça, é necessário inventá-las, buscá-las em algum lugar, extrair leite de pedra para poder colocar algum texto na página.

E talvez seja o tempo, mas há uma escassez de idéias. Todas as que aparecem são como que fotocópias mal-feitas de idéias antigas. Não há nada novo acontecendo. Claro que isso é uma grande mentira. Todo dia acontece alguma coisa, ainda que pequena e praticamente imperceptível. É no longo prazo que vemos os efeitos de tudo o que aconteceu, a somatória mostra o quão importantes foram os pequenos movimentos aparentemente desprezíveis do cotidiano.

Mas esses são acontecimentos. Falava de idéias e perdi o prumo. Não há idéias novas. Em política, não há nada revolucionário, e continuam tentando reformar a democracia para deixá-la melhor. Na economia, a divisão continua profunda entre os defensores do estado mínimo, por não dizer ausente ou inexistente, e os intervencionistas totais, paladinos da centralização e de planos qüinqüenais (uma das palavras mais bacanas que existe). No futebol, morreu o Rinus Michels, que criou a última novidade, o futebol total, em 1974.

Faltam idéias novas. Cabeças novas há muitas, mas parecem que cedo são enquadradas nas grandes correntes do pensamento atual, e a pluralidade de opiniões acaba. Há pouco espaço para o novo. O Fórum Social Mundial produziu muitas alternativas que já são discutidas há pelo menos 30 anos. E só existe porque gera movimentação econômica, a contradição em si.

As idéias são as mesmas, resta esperar que as pessoas pelo menos não o sejam.

8.3.05

Férias

Oi, sei que faz tempo que não escrevo aqui, mas hoje venho para dizer que as férias acabaram. Amanhã tô de volta, emitindo opiniões que não interessam a ninguém mais, falando sobre temas que provavelmente não tocam nenhuma outra pessoa, mas escrevendo. E como gosto disso, agüentem. Ou melhor, leiam-me!!

Hasta mañana!!