Na hora do sofrimento, do desânimo e da desesperança, é necessário lembrar de quem realmente tem problemas. Não ajuda a minimizar a sua dor, mas pode contribuir para colocar ela no devido lugar.
Ou eu acho que o meu momento é pior que o do meu escoteiro, cujo pai descobriu ter uma leucemia? O moleque tá do avesso, a família também, e eu, com saúde a 100%, estou reclamando.
Ou meu momento é pior que o do meu amigo cuja mãe está aparentemente curada do câncer, mas sem força alguma para voltar a fazer o que fazia? E que tem familiares com dependência química de drogas e alcool? Meu momento é pior, eu, que ainda posso tomar um ou outro gole sem desandar tudo? E cujos familiares estão bem? Não, melhor não reclamar.
E como reclamar de dificuldades financeiras momentâneas, se há tanta, mas tanta gente, perdendo tudo o que tem sem mesmo ter tido um impulso consumista? Penso nos amigos que tenho na Itália, vítimas de anos de governos incompetentes. Penso nas pessoas que sofreram com furacões, terremotos, inundações etc. Sem contar os pobres coitados da Síria, obrigados a fugir de casa com a roupa do corpo para não morrerem.
E, no fim, a vida é tão frágil, que alguém encostar na traseira do seu carro em uma estrada ruim pode fazer você bater de frente em um barranco, ser salvo pelo cinto de segurança mas, como a batida foi forte, ter seu intestino esmigalhado e tudo espalhado por dentro de si, o que o condenaria, se sobrevivesse, a uma bolsa para recolher seus dejetos.
Tá difícil, vai passar, mas dá uma sensação de impotência tamanha que falta vontade de se mexer para tentar romper o ciclo. Tristes tempos.
Pesquisa do Palavrório
21.11.12
19.11.12
Do avesso
Houve um tempo em que tudo, todos, eram mais ternura, mais doces, mais amigos, mais sinceros, melhores, enfim.
Mas a vida começou a dar porrada de tudo quanto é lado. Vem de cima, de baixo e dos lados. Vem de todo mundo com quem lidamos, e das mais variadas maneiras. Umas porradas são diretas, grosserias puras! Outras são indiretas, mas pegam abaixo da linha da cintura.
A gente resiste, tem que resistir. Tem uma vida pra levar, crianças pra educar, contas pra pagar.
Só que vai dando raiva e uma pusta vontade de sair metralhando uns tantos por aí para colocar alguns pingos nos ii, para pararem de tratar a gente como capacho.
Vontade de estripar uma ou outra pessoa, de condenar alguns para o opróbrio eterno, para que todos saibam do que foi capaz de fazer conosco. Vontade e raiva, bastante, e não há reza nem calma capazes da aplacar esse sentimento ruim no momento.
Ô fase!
Mas a vida começou a dar porrada de tudo quanto é lado. Vem de cima, de baixo e dos lados. Vem de todo mundo com quem lidamos, e das mais variadas maneiras. Umas porradas são diretas, grosserias puras! Outras são indiretas, mas pegam abaixo da linha da cintura.
A gente resiste, tem que resistir. Tem uma vida pra levar, crianças pra educar, contas pra pagar.
Só que vai dando raiva e uma pusta vontade de sair metralhando uns tantos por aí para colocar alguns pingos nos ii, para pararem de tratar a gente como capacho.
Vontade de estripar uma ou outra pessoa, de condenar alguns para o opróbrio eterno, para que todos saibam do que foi capaz de fazer conosco. Vontade e raiva, bastante, e não há reza nem calma capazes da aplacar esse sentimento ruim no momento.
Ô fase!
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