Pesquisa do Palavrório

20.8.13

Gangorra cambial

O título parece sério. Para o leitor, significa que o cronista, comentarista ou coisa que o valha falará sobre o sobe e desce das moedas internacionais. Atualmente o dólar sobe, o real desce, junto com ele a rúpia, o rublo, o rand (notaram que são todas moedas com "r"?), o yuan talvez não, sei lá. Mas não será esse o tema. Queria achar um gancho para falar de outra coisa.
Sei que a economia move o mundo, sei que o dinheiro faz as coisas andarem, que trabalhamos para ter mais conforto material para podermos viver melhor, que podemos até não ser escravos do dinheiro ao não querer ficar acumulando tudo sem sentido. Mas que o mundo é escravo do dinheiro é.
Claro que importa sabermos que o dólar sobe, pois afeta a inflação, e isso afeta o nosso dia-a-dia. Mas quantas pessoas no mundo sabem exatamente os jogos que são feitos com as taxas de câmbio pelo mundo? Quantos nesse exato momento estão lucrando milhões e bilhões antecipando movimentos que os governos farão para se proteger? É um jogo bruto, desumano até.
Na maior parte dos casos, somos mera massa de manobra para alguém ficar megamilionário. Pagamos o preço de nossa existência para enriquecer alguém além da conta. E o que esse cara vai fazer? Comprar uma Ferrari por R$ 71 milhões para dizer que pode gastar esse dinheiro.
Somos egoístas e temos vontade de nos exibir para todos, esse é o problema.
O câmbio importa, mas importa menos que a vida. Mas ninguém se importa com isso ainda.

13.8.13

Vontade de mudança

Às vezes, queremos mudar somente pelo ato de mudar. Mudar para outro país, para outro emprego, para outra roupa, outro esporte, qualquer mudança, apenas para variar. Dá a impressão de que ficar muito tempo fazendo a mesma coisa conduz à estagnação, ao marasmo, à ausência de evolução.
É difícil manter a consciência de que devemos mudar por dentro, não por fora. Mudar de país só torna a dificuldade da adaptação a um novo lugar mais importante que se concentrar nos nossos aspectos internos. Podemos deixar aquela pergunta altamente incômoda, "eu sou quem sou?", para depois, pois temos que nos preocupar em achar casa, achar emprego, ver como se faz para ir de um a outro, onde comprar roupa, como pedir licença, dizer obrigado, enfim, o comezinho. Mas é só adiar o confronto consigo próprio.
Mudar de emprego não muda nada. Se o que deixa insatisfeito é o trabalho em si, pouco importa onde ele seja executado. Mudar de emprego só vale se for para fazer algo completamente diferente e que traga satisfação. Mudar de lugar de trabalho e continuar fazendo a mesma coisa gerará uma satisfação inicial mas logo a desilusão tomará conta. Vale o mesmo para todo o resto.
Encarar-se no espelho, sem máscaras nem rodeios, e dizer quem somos, essa é a grande mudança. O resto é protelatório e perfume.