Pesquisa do Palavrório

1.6.11

A importância de estar bem informado para saber onde investir

Texto publicado no site www.bussoladoinvestidor.com.br em 01/06/2011

Com o aumento da velocidade da economia mundial, estar antenado na economia é condição obrigatória para se ter lucros com seus investimentos

Da redação InvestMais

Se tem um item que não pode faltar para o investidor na hora de aplicar o seu dinheiro, esse item é informação. É obrigatório para o investidor ler muito sobre os setores que lhe interessam, sobre a economia como um todo, sobre possíveis mudanças nas regras que regem os setores onde ele investe e, se ele disser que não tem tempo para ficar acompanhando tudo, que pelo menos crie uma estratégia de investimentos que o permita acompanhar de vez em quando as empresas onde ele coloca o seu dinheiro. Mas, ficar sem acompanhar, não dá.
Veja o exemplo da indústria de celulares (são ações negociadas em seus países de origem, mas dão uma ideia do que pode acontecer caso o investidor não preste atenção). Há uns 15 anos, aproximadamente, o grande nome da indústria era a Motorola. Afinal, era o criador do rádio comunicador e tinha acabado de lançar um produto arrasa quarteirão, o StarTac, o menor celular jamais visto até então. Só os bacanas o tinham no Brasil. Nessa época, ninguém dava bola para a Nokia, uma empresa finlandesa que produzia celulares bons, mas sem nenhum charme. Logo, ter ações da Motorola era um ótimo negócio.
Dez anos atrás, quem era a nova rainha do pedaço era justamente a Nokia. Com bons preços e bons aparelhos, a empresa conseguiu abocanhar quase 40% do mercado mundial de celulares. Seu sucesso gerou inúmeros cases de gerenciamento, de como se pode ser um líder mundial sem esfolar os trabalhadores, de como o uso correto da inteligência gera riqueza etc. A Motorola tentou reagir com a linha Razr e, durante um tempo, pareceu conseguir. Mas durou pouco a onda e a Motorola naufragou novamente. Se alguém comprou ações da Nokia nessa época, fez um ótimo negócio. Fez um ainda melhor se vendeu as ações da Motorola para investir na finlandesa.
Mas, em 2007, um tsunami atingiu a indústria de celulares. Nesse ano a Apple lançou o iPhone. Muitos desdenharam do produto, achando que seria uma reedição da história dos computadores da Apple - produtos de ótimo design e desempenho mas para um nicho pequeno de mercado - e com certeza permaneceram ou com ações da Nokia na carteira ou com algumas remanescentes da Motorola, esperando o seu renascimento. Pois bem, o iPhone jogou a indústria de pernas pro ar, e tudo mudou.
A Nokia continua sendo líder de mercado em volume, mas ela não é mais lucrativa (veja a notícia aqui http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5idRv6jEwa-3ZfViHwpaZOPRIWuHA?docId=CNG.96fc7f97a976b077ce116084a35c6086.1281). Recentemente, a empresa se uniu à Microsoft (outra que não viu o tsunami dos tablets, da Internet e da computação em nuvem) para tentar dar uma reviravolta em sua história. Já a Motorola tem tentado recuperar uma parte do brilho antigo ao adotar o Android, sistema operacional da Google, como a sua plataforma para smartphones e tablets (e o Xoom, seu tablet, é considerado um dos melhores do mercado atualmente). Mas o investidor que acompanha seu portfolio já teria se desfeito das ações da Motorola há uns 12 anos, pelo menos, da Nokia há uns cinco, e hoje teria ações apenas da Apple e, eventualmente, da Google.
Esse foi o exemplo dos celulares, mas há muitos outros: a indústria de automóveis, a guerra das colas (Coca x Pepsi), o setor de aviação (PanAm, Varig, quem será o próximo?), o varejo (Mappin, Mesbla etc.). No mundo dos negócios, nada é eterno. Mas, para o investidor que acompanha as notícias, as mudanças podem significar oportunidades de ganhos. E se ele está bem informado, com certeza saberá se antecipar às mudanças que podem gerar perdas para a sua carteira. Informação é imprescindível para ser fazer escolhas mais certas (ou melhor, menos arriscadas) na hora de investir, e não saber o que está acontecendo quase sempre é sinônimo de perdas.

Bons Investimentos